quarta-feira, 12 de setembro de 2012

                                   Músicas


Cavalo Selvagem

Fernando Mendes


Eu sou... Seu cavalo selvagem
Seu pecado sua força
Sua própria imagem, coragem
Eu sou... Sua fera seu índio
Seu momento seu tédio
Sua própria vingança, esperança
Eu sou... Quem se faz de escravo
O seu cavalo bravo
Seu amante e senhor
Eu sou... Seu menino calado
O seu homem safado
Mas eu sou seu amor
Ontem, era eu quem amava
E você comandava
O meu jeito de ser
Hoje, é você quem mais ama
E obedece a tudo
Que eu mando fazer
Agora sou eu, quem te pisa a camisa
Quem te traz toda a brisa
E te faz implorar, chorar
Sou eu quem te abraça e te ama
Quem te joga na cama
E só faz o que quer como quer
Eu sou... Quem se faz de escravo
O seu cavalo bravo
Seu amante e senhor
Eu sou... Seu menino calado
O seu homem safado
Mas eu sou seu amor

                                Cavalos e Burros

Dizem que dividir os humanos em raças é abominável; é terrivelmente selvagem; e que todos somos iguais. Isso é hipócrisia. Divide-se os humanos em ricos e pobres, bonitos e feios, alfabetizados e não-alfabetizados, drogados e não-drogados, honestos e ladrões, e etc, etc. São tantas divisões que não consigo contar. E isso é normal; parece que, de uma forma ou de outra, devemos participar de um desses grupos. Não desejo isso para mim. É tudo tão simplório, tão fútil. Prefiro, particularmente, participar de uma divisão que eu mesma criei: a dos que conseguem reconhecer e diferenciar um cavalo de um burro, e os que não conseguem fazer isso. Para mim isso, sim, faz sentido. Isso é coisa de pessoas sensatas: quem consegue diferenciar um cavalo de um burro, estando eles lado a lado, com certeza diferenciará as verdades que são realmente verdadeiras das que o mundo te obriga a acreditar.     Geralmente, quando uma criança vê um burro e aponta para aquele novo animal, perguntando à mãe o nome dele, a mãe fala: é um cavalo, filhinho. Desde tão cedo aprendemos tudo errado! Um cavalo é muito diferente de um burro. Cavalos são mais altos, mais bonitos, e mais fortes; burros são fieis, um tanto pequenos, mas esforçados. São muito diferentes! Então, se alguém reconhece a diferença deles dois, sem desmerecer nenhum de ambos, com certeza essa é uma pessoa sensata. E pronto. Não adianta discutir isso, porque, acho eu, estou certa. Se você tiver argumentos contra mim, use-os por favor. Só não prometo de acreditar em você, porque, na verdade, sei que as pessoas insensatas não estarão satisfeitos em reconhecer que não conseguem diferenciar um cavalo de um burro; ou talvez não queiram fazer isso por pura preguiça.





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